Inconfiável, irresponsável, imprevisível, inexplicável – Yaz sabe como sua família a vê. Mas ela nunca foi como eles, nunca foi acadêmica o suficiente, nunca foi séria o suficiente, nunca foi boa o suficiente.
Mas ele era diferente.
Heath foi o único que defendeu Yaz quando ela era criança. Como melhor amigo de seu irmão e dez anos mais velho, ele era seu amigo – sempre a defendendo perante a família, sempre vendo o melhor nela – e a fazia se sentir digna de aprovação.
Mas, à medida que a adoração de sua infância se transformou em um amor adolescente completo por seu ídolo, e Heath passou de um garoto bonito que ela conhecia para o médico do departamento de emergência devastadoramente bonito que é hoje, a atitude dele pareceu mudar. Por alguma razão, suas peculiaridades passaram de encantadoras a irritantes – sua visão alternativa do mundo passou de revigorante a ridícula. Na verdade, há muitas coisas sobre ela que Heath parece agora achar ridículas:
— Você está ridícula, Midge.
— Toda essa besteira de terapia alternativa é uma ridícula perda de tempo.
— Sua obsessão por Windsurf está ficando ridícula.
— Essa sua bicicleta ridícula é um perigo para a saúde. Quando você vai crescer e comprar um carro?
Depois de passar de digna a indigna aos olhos de Heath, Yaz se convence de que a crueldade dele matou sua paixão de infância. Depois de uma humilhação a mais, ela finalmente corta relações. Quando Heath começa a perceber tudo o que pode perder, talvez seja tarde demais. Talvez não seja Yaz a indigna, afinal de contas?
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